Uma Anciã, dois Mensageiros e cinco Gaivotas

O Homem é um ser complexo e, por isso, é personificado, na peça "Asas...", tanto pela Anciã, que representa a “consciência” e a “sabedoria”; pelos Mensageiros, que simbolizam “a inquietação para atingir a Sabedoria”; e pelas Gaivotas, cada uma representando uma fase, um comportamento, que os homens têm perante a vida:

> A Gaivota Pena-Leve “não tem vontade própria, deixa-se levar pelo Vento”;

> A Gaivota Bico-Forte vive em confronto com a Gaivota Pena-Leve, pois, ao contrário desta, “luta contra o vento” e “contra tudo o que o rodeia”;

> A Gaivota Asa-Cinzenta distancia-se da Pena-Leve e do Bico-Forte pois já atingiu uma “relativa maturidade” – sendo esta representada pelas penas cinzentas;

> A Gaivota Asas-sem-vento “plana no vazio pois está fechada em si própria”, “absorta” na sua própria realidade e nos seus pensamentos;

> A Gaivota Asa-Grande “quase atingiu a perfeição mas também acaba por cometer erros, intrínsecos à fragilidade da sua condição humana”;

O Vento, que simboliza a Vida, interage com as Gaivotas, modificando os seus rumos.

Omnipresente na acção, a Anciã, num movimento que não tem fim e que simboliza a fragilidade e a dimensão do “conhecimento”, faz e desfaz uma renda, que nunca se conclui definitivamente, nem nunca se desfaz por completo.